“COM A DANÇA SE FALA O INDIZÍVEL"

assessoria 13/11/2012 - 15:10:25 Cidade

Por Daniele Gonçalves

Frase do conceituado bailarino e coreógrafo Luis Arrieta, que participa hoje do 7º Dança Ourinhos

É com muita satisfação que a cidade de Ourinhos através do 7º Dança Ourinhos, recebe hoje , dia 13, o bailarino e coreógrafo argentino Luis Arrieta. Aos 61 anos de idade, ele apresenta a coreografia “O Cisne”, no palco do Teatro Municipal de Ourinhos a partir das 20 horas.
O espetáculo O Cisne, trata da espécie como “consagrado a Apolo como deus da música, pela crença mítica de que, pouco antes de morrer, cantava docemente. Ave de Vênus, da nudez e da brancura imaculada e permitida, Hermafrodita. Masculino em quanto à ação e por seu longo pescoço de caráter fálico. Feminino pelo corpo arredondado e sedoso. Por isso tudo, a imagem do cisne refere-se sempre à realização suprema de um desejo, ao qual faz alusão seu suposto canto: símbolo do prazer que morre em si mesmo”. A composição, iluminação, figurino e interpretação é do coreógrafo Luis Arrieta e a música de "O Carnaval dos Animais" de Camille Saint Saëns.
Com 40 anos de profissão, o bailarino e coreógrafo pretende mostrar aqui o seu olhar sobre a arte da dança. Nascido na argentina, iniciou na dança aos 21 anos de idade, o que pra muitos, seria um começo tardio. Não para ele que reúne atualmente, cerca de 150 trabalhos de sua autoria, marcando a história de importantes companhias, como o Balé do Teatro Castro Alves (Salvador), Cisne Negro Companhia de Dança (São Paulo), Companhia de Dança do Palácio das Artes (Belo Horizonte) e Balé da Cidade de São Paulo. Criador, professor e diretor, ainda desenvolve uma carreira solo na cena independente. Para ele "o limite do bailarino não é o corpo. Já vi grandes bailarinos dotados de menor desempenho físico. O grande limite do bailarino é o entendimento do que carrega dentro de si."
Trata-se de um dos maiores coreógrafos do Brasil, tendo criado diversos trabalhos antológicos para grandes companhias no Brasil e no mundo. Ele foi também amigo e companheiro de trabalho do nosso querido Mestre Lalo, tendo atuado juntos no Ballet Stagium. É um privilégio para o público ourinhense poder ver em cena, ainda atuando, o mais notável e respeitado nome da dança contemporânea brasileira, em uma participação mais que especial”, destaca o diretor artístico do 7º Dança Ourinhos, Vanderley Silva”. Imperdível.
Ainda na noite desta terça-feira, o público ourinhense vai assistir a Cia Brasileira de Ballet, no espetáculo “ Triple Bill”. Com direção Artística de Jorge Texeira, a primeira coreografia é “Sinais de Luz” de Binho Pacheco, falam de sinais de luz como sinais de lembranças. O outro trabalho é “Poesia em Gestos”, (fragmentos) de Patrícia Miranda, onde a “busca do corpo por pensar e avaliar as suas possibilidades de ação, onde cada gesto e cada movimento surgem das possibilidades de diálogo com o movimento sonoro ou a ausência dele. Assim, constroem-se intensidades, dinâmicas, espaços e texturas cênicas. E fechando a noite, a Cia Brasileira de ballet volta ao palco com “Suíte Brasileira” de Henrique Talmah. Uma viagem ao panorama musical brasileiro e sua grande diversidade. Coreografia de construção abstrata, passando do lirismo ao clímax da musica de percussão. “O romantismo sensual e a alegria do povo brasileiro traduzidos em musica e movimento”, destaca Talma.

ARRIETA

Luis Arrieta é coreógrafo, bailarino, professor e pesquisador. Iniciou seus estudos de dança em 1972 na Argentina, onde nasceu e estreou como bailarino. Sua primeira coreografia, Camila, data de 1977. Desde então, em mais de uma centena de obras, tem trabalhado com os mais variados temas e gêneros musicais, junto a diversas companhias internacionais da Europa e das Américas, bem como a companhias brasileiras e aos mais importantes grupos de dança do Brasil. Ocupou por duas vezes o cargo de Diretor Artístico do Balé da Cidade de São Paulo (1981 e 1986 a 1988 e foi co-fundador e Diretor Artístico do Elo Ballet de Câmara Contemporâneo de Belo Horizonte (1982). Dentre os prêmios recebidos, destacam-se: Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCA - (1977, 1979, 1980, 1988); Governador do Estado de São Paulo (1978 e 1979); e Conselho Estadual de Cultura de Salvador (1985).




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